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A ÚLTIMA FRONTEIRA

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Solte a abelha

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terça-feira, 27 de maio de 2014

SALVEM AS ABELHAS

A população de abelhas vem diminuindo em todo o mundo – só na Europa , elas caíram pela metade nos últimos vinte anos e, no ano passado, um quinto das colônias de abelhas não sobreviveram ao inverno. No entanto, cientistas e apicultores desconhecem o motivo real desse fenômeno, mas apontam possibilidades: alterações climáticas, uso de pesticidas, presença de espécies de abelhas não nativas, vírus e um ácaro conhecido como Varroa.
O assunto é sério, já que, por meio da polinização, as abelhas contribuem com a geração deum terço da comida do planeta.
Por isso, as cooperativas da Europa desenvolveram um movimento que ficou conhecido como “Plan Bee” – uma brincadeira com a expressão plano b e a palavra bee, que significa abelha, em inglês.
Algumas estratégias já estão em prática: uma ação contra os pesticidas, um fundo de pesquisa voltado para o tema e uma campanha para conscientizar as pessoas sobre o assunto, de modo que todos possam cuidar da sobrevivência das abelhas em seus jardins, plantar mais flores e mesmo se transformar em apicultores urbanos.

ABELHAS CONSTRUTORAS



3D Printing Week, projeto colaborativo do Gizmodo US com a GE, terminou na última sexta-feira, mas ela não estaria completa sem darmos uma olhada no uso de animais como impressoras 3D vivas. Eles são impressoras sensíveis, podemos dizer: fontes biológicas de material, seja seda, mel, plástico ou, como você verá mais adiante, até mesmo concreto.

Cabeçotes de impressão animais

Aranhas, bichos-da-seda e abelhas já são impressoras 3D — e a bioengenharia está rapidamente transformando isso em mais do que uma singela metáfora poética. Estas criaturas são exemplos orgânicos de manufatura deposicional, e foram domesticadas e usadas ao longo da história humana para fins específicos e muito criativos.
Nesta semana, por exemplo, aprendemos que, com uma dieta especial, bichos-da-seda podem produzir seda colorida, pronta para usos têxteis, e outros exemplos desse tipo não são difíceis de se encontrar. De fato, usar abelhas como impressoras já é algo aceito como processo artístico.
No começo deste ano, vimos o que deve ser a exploração recente mais famosa do conceito de animal-como-impressora-3D: uma peça publicitária do whisky escocês Dewar’s, na qual a empresa “imprimiu em 3D” uma garrafa da bebida usando nada além de colmeias especialmente formatadas e cultivadas.
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As fotos contam a história de maneira bem clara: usando uma grande garrafa de vidro como um molde no qual as abelhas poderiam fabricar novas colmeias, o processo terminou com a remoção do vidro, restando uma colmeia completa na forma de garrafa.
A Dewar’s aproveitou para fazer uma piadinha: disse que foi “impressa em 3B” (B, bee, abelha, hã-hã, sacou?).
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Imagens cedidas pela Dewar’s, via designboom
Há também, por exemplo, o Silk Pavilion, outro projeto recente que você deve ter visto. Nele, pesquisadores do MIT, coordenados por Neri Oxman, imprimiram em 3D um domo do tamanho de uma sala, guiando cuidadosamente bichos-da-seda para servirem de cabeçotes de impressora vivos.
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O Silk Pavilion foi um experimento arquitetônico no qual, como explicam os designers, “o bicho-da-seda [foi] empregado como impressora biológica na criação de uma estrutura secundária”.
A estrutura primária, entretanto, que os bichos-da-seda usaram como um substrato deposicional, foi uma linha contínua envolta num andaime de metal como um labirinto, que pode ser vista na imagem abaixo.
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Neste ponto do processo, “Um enxame de 6.500 bichos-da-seda foi posicionado no aro de baixo da estrutura, fiando remendos não-tecidos de seda para reforçar os espaços entre as fibras colocadas na estrutura metálica por uma máquina de controle numérico computadorizado”.
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O método “CNSilk” resultou neste domo de tecido leve, que parece mais uma nuvem que uma construção.
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Imagens cedidas pelo MIT
O que estes dois exemplos demonstram, apesar do fato de um deles ser só uma estratégia de marketing de uma empresa de bebidas para chamar a atenção, é que os corpos dos animais podem ser guiados, disciplinados ou regulados para produzir estruturas em grande escala, de objetos a construções inteiras.
Em ambos os casos, entretanto, os animais estavam simplesmente depositando, ou “imprimindo”, o que eles iriam normalmente (isto é, naturalmente) produzir: seda e mel. As coisas ficam bem mais interessantes quando tratamos de materiais biológicos mais exóticos.

Plástico de abelha

Há alguns anos, a cientista de materiais Debbie Chachra, da Olin College of Engineering, de Nova Inglaterra, EUA, começou a pesquisar o que é hoje conhecido como “plástico de abelha”: um biopolímero similar ao celofane produzido por uma espécie nativa de Nova Inglaterra, a Colletes inaequalis
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Imagem cedida por Deb Chachra
Estas abelhas criam pequenas estruturas parecidas com casulos no solo –uma delas pode ser vista na foto acima– usando uma glândula especial e exclusiva desta espécie. O resultado é um poliéster natural e não baseado em combustível fóssil, que não apenas resiste à biodegradação como também sobrevive às temperaturas extremas da Nova Inglaterra, dos verões sufocantes da região às tempestades de inverno abaixo de zero.
O mais intrigante, no entanto, é que o plástico de abelha parecido com celofane “não vem do petróleo”, como Chachra me explicou para um artigo do fim de 2011 da Wired UK. “As abelhas apenas comem pólen e produzem este plástico”, ela completou, “e nós estamos entender como elas fazem isso”.
O plástico de abelha, Chachra especula, poderia talvez ser usado, algum dia, para fabricar tudo, de itens de escritório a para-choques de carros, atuando como uma alternativa livre de petróleo ao plástico que usamos hoje. Poderia também ser um pontapé inicial para a bioindústria da Nova Inglaterra, habitat natural da espécie.
Mas mesmo esta, claro, é uma visão da impressão usando animais que se baseia nas excreções já produzidas pelas espécies. Poderíamos –deixando de lado, por um momento, implicações éticas, apenas para discutir possibilidades materiais– talvez modificar geneticamente abelhas, bichos-da-seda, aranhas, e então produzir biopolímeros substancialmente mais robustos, algo não apenas forte o suficiente para resistir à biodegradação como também que pudesse ser produzido e usado em escala industrial?
Relembre, por exemplo, a tentativa bem-sucedida do Exército Americano de construir geneticamente uma cabra que produzisse proteínas de seda de aranha em seu leite. A meta final deles era conseguir uma superfibra inquebrável que pudesse ser usada em equipamentos de combate, incluindo uma “armadura superleve feita de seda de aranha artificial” e outros armamentos militares.
De maneira semelhante à garrafa da Dewar’s feita por abelhas, primas das abelhas que produzem plástico poderiam imprimir carrocerias inteiras de carros, móveis de cozinha, peças de decoração e outros produtos de uso cotidiano.
Estas possibilidades se tornam ainda mais estranhas e promissoras quando olhamos para materiais como o concreto.

Mel concreto

Para um projeto colaborativo em curso, o designer John Becker e eu estivemos pensando na possibilidade de usar abelhas geneticamente modificadas para imprimir concreto comocabeçotes de impressão arquitetônicos.
Inicialmente inspirados por uma leitura errada (que foi, em certa medida, intencional) de um projeto publicado pelo CCA de Montréal, com o título “Bees Make Concrete Honey” (em tradução livre, “Abelhas fazem mel concreto”), nós imaginamos e ilustramos uma série de cenários de ficção científica em que uma nova espécie de abelha, a Apis caementicium –abelhas de cimento– poderia ser empregada por toda a cidade para reparar estátuas e consertar ornamentos arquitetônicos, e até mesmo produzir estruturas inteiras, como catedrais.
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Como no processo de fabricação da garrafa de Dewar’s visto anteriormente, as abelhas receberiam uma forma inicial para trabalhar. Então, voando dentro deste molde ou casca, e depositando ingredientes do bioconcreto nas paredes, molduras ou estruturas a que estão ligadas, as abelhas poderiam imprimir novas formas arquitetônicas nas já existentes.
Isto inclui, por exemplo, na imagem abaixo, os icônicos leões de pedra da entrada da Biblioteca Pública de Nova Iorque, que foram danificados pela exposição e pleo contato humano, mas agora seriam reparados de dentro para fora pelas abelhas de concreto. Você pode pensar nisso como um tipo de calafetagem orgânica.
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Mas, é claro, roteiros bem amarrados como estes invariavelmente saem do controle e as coisas não saem como o planejado.

Impressoras selvagens

As abelhas, claro, poderiam escapar, eventualmente: primeiro umas aqui e ali, mas então uma colônia se inicia. Em alguns anos, à medida em que elas se reproduzem e crescem, e à medida em que a colônia cresce, a população se dá conta do tamanho do problema: abelhas fugitivas impressoras infestaram várias partes da cidade.
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Elas imprimem onde não deveriam e, sem uma direção do que fazer fazer, o que elas imprimem frequentemente não faz sentido.
Elas imprimem em placas e postes de linhas telefônicas; elas tomam parques e jardins, onde elas constroem formas estranhas em flores, isolando orquídeas e rosas em conchas de alvenaria.
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Pequenos fragmentos de concreto podem rapidamente ser vistos em plantas e batentes de porta, entre carros e em alambrados, enrolando e consumindo as laterias das estruturas onde estas coisas nunca deveriam estar, como ervas daninhas; e, claro, estranhos corpos de abelhas são encontrados aqui e ali, pequenos cadáveres carregados de concreto sobre a grama dos quintais, em estacionamentos, em telhados.
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Criaturas aumentadas e extraordinárias atormentam a cidade que elas também ajudaram a enfeitar e embelezar, onde elas imprimiram ornamentos de igrejas e apartamentos, onde elas consertaram muros, estátuas e calçadas rachadas.
Claro, algumas são mais aventureiras ou simplesmente mais desorientadas e vão ainda mais longe, pegando carona sem querer em aviões e em navios cargueiros, se juntando a outras colmeias ao redor do mundo.
As abelhas passam a ser encontradas na Europa, na China e especialmente –por motivos que nunca foram corretamente esclarecidos pelos cientistas de materiais– na Índia, onde, como na imagem a seguir, elas podem ser vistas fazendo ornamentos desnecessários num templo de Rajasthan. Incontáveis e aos montes, elas pontuam, pouco a pouco, o exterior do edifício com incrementos bulbosos e intumescidos, que nenhum arquiteto havia planejado.
Swarm_01
A especiação das abelhas chega mais longe e o concreto em si sofre mutações — em alguns casos, ele é tão duro que só pode ser removido pelas brocas mais duras e pelos equipamentos mais sofisticados de demolição; em outros, ele se parece mais com um arenito de secagem lenta, incapaz de formar qualquer estrutura. Este experimento de cabeçotes de impressão animais, então, chega ao fim.

Uma abelha no meio das máquinas

Os designers aprendem com os erros óbvios que levaram a essas impressoras selvagens e passam a se concentrar no desenvolvimento de processos industriais e fábricas inorgânicas, mais facilmente controláveis. Mas, mesmo assim, vez ou outra, um pequeno zumbido pode ser ouvido de dentro de uma das máquinas, uma linha de montagem inteira emperra repentinamente. Lá, entre as engrenagens, apenas fazendo o que costumava fazer –e o que nós a ensinamos a fazer–, está uma pequenina abelha impressora, deixando traços de concreto onde quer que ela pouse.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

کتاب مقدس و زنبورها! - ! A BÍBLIA E AS ABELHAS

Eis que a Virgem concederá  e dará à Luz um filho, que será chamado Emanuel. Ele será alimentado com leite e MEL até que saiba discernir o  mal do bem.
Isaías: Capítulo 7, versículo 15
           E o profeta  João Batista andava vestido de pêlos de camelo, e    com um      cinto de   couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.

MARCOS 1:1-6

sábado, 24 de maio de 2014

ANATOMIA DE UMA ABELHA


قرآن و زنبورها! -O ALCORÃO E AS ABELHAS !

As Abelhas" é a décima sexta sura do Alcorão, com o 128 ayats.1Esta sura alerta contra o politeísmo, dizendo que os deuses pagãos não pode criar coisa alguma, e também é contra as comparações entre Alá e quaisquer seres criados (Sura 16:74). 

Ela também agradece a adora a Alá(GOD, DIOS,DEUS) por ter dado a Terra com todas as suas riquezas para a humanidade. De acordo com esta sura, todas as maravilhas do mundo natural, como maresestrelas e montanhas são provas do poder infinito de Deus.

A CURA PELO MEL

MEL, PÓLEN, PROPÓLIS, PÃO DE MEL  E  GELEIA REAL
Mel, uma palavra que diz tudo; um produto que encerra numerosos poderes; um vocábulo que está ligado a diversos símbolos; um alimento que é um dos melhores medicamentos; um néctar que pode ser usado de várias formas e em vários rituais.INTRODUÇÃO
Sobre ele podia-se criar um só volume ou até mais!!!
Vamos sucintizar não só sobre esta maravilha como sobre o pólen, o própolis, o pão de abelhas e a geleia real. Ao todo cinco produtos ímpares com excepcional valor.
Começaremos com o mel.
MEL
Desde tempos imemoriais ligado ao leite, o mel surge nos diversos livros sagrados do Oriente ao Ocidente, como se fosse uma dádiva divina, fonte de vida, princípio da fecundação, amor imortal.
Na cultura céltica, anterior a Cristo, fabricava-se o hidromel, ou seja, a junção da água no mel, e não só, sendo considerada como uma bebida com poderes de imortalidade.
No culto muito generalizado a Mitra as pessoas lavavam as mãos com mel, nos rituais iniciáticos, como bebiam este manjar dos deuses.
Em diversas civilizações antigas, como ainda no Médio-Oriente, em Roma e em outras, o mel entrava nos rituais nupciais.
Entre os Hebreus, como já vimos, o mel estava ligado aos doces da Páscoa.
Também na cultura grega, vemos Pitágoras usando este produto como alimento preferido, e com muita frequência.
O escritor místico, grego, Dionísio Pseudo-Areopagita, usou a analogia entre os ensinamentos de Deus e o mel devido ao poder de purificar e de conservar.
Vemos, assim, que o mel está ligado ao conhecimento místico como à iniciação.
Por isso, Clemente de Alexandria ou S. Clemente de Alexandria considerava-o como um símbolo do conhecimento.
Com a sua cor algo amarelada, a geleia real essa é de amarelo claro, com uma beleza ímpar, é associado ao oiro espiritual, à transformação alquímica em cada ser humano rumo à libertação do ciclo dos renascimentos.
Produto resultante do pólen das flores, ou seja dos órgãos sexuais das plantas, acto de reprodução feito com total pureza, elas elevam os seus órgãos até ao Sol, como que indicando ao ser humano o caminho mais curto para a Unidade da Vida.
Dele as abelhas criam um produto que conserva o efémero pólen num néctar pleno de vida, de energia, de beleza, doce, com enormes poderes curativos.
A função das abelhas é multifacetada. Ao voarem de flor em flor, na colheita do pólen, colocando-o nas suas patitas, vão fazendo a polinização, contribuindo para um aumento da frutificação como para a evolução das plantas.
Esse pólen rico em essências de enorme valor, carregadas de radiações cósmicas vitalizadoras, incluindo a energia solar, como aromas altamente curativos, é depois trabalhado pelas sábias abelhas, por todo o conjunto da colmeia, em trabalho de grupo desde as polícias, logo à entrada, até à abelha mestra.
Da união entre o produto colhido com o emitido pelas glândulas das abelhas, nascem diversos produtos, entre os quais o mel, um produto biológico inigualável, energético, cheio de vitaminas e aminoácidos, purificador, anti-séptico, benéfico a todo o organismo humano.
Que fique bem claro, as abelhas orientadas sabiamente pelo seu espírito grupo só extraem o pólen das flores com valor biológico, nunca das nocivas, e de um modo geral, elas juntam pólen de diversas plantas.
È muito raro haver um mel extraído de uma só flor, embora exista à venda, desde mel de eucalipto até mel de rosmaninho.
Só que elas vão até um raio de cerca de dois quilómetros e dentro desse círculo visitam diversas flores, que abrem mais cedo ou mais tarde.
Rico em levulose, o açúcar do mel, facilmente assimilável, sem os inconvenientes da sacarose do açúcar, pode, em pequenas quantidades ser ingerido por diabéticos, embora com prudência e vigilância.
No mel encontramos além do que já se afirmou, gomas e dextrinas, fermentos e diástases, diversos ácidos orgânicos, desde o cítrico, até ao fórmico, como hormonas.
Assim, temos um produto cheio de poderes bactericidas, fungicidas, regeneradores além dos que já sabemos.
Na sua composição surgem diversos minerais, cálcio, fósforo, cobalto, potássio, sódio, enxofre, magnésio, cobre, manganés, zinco, prata, cromo, enfim, uma fonte de mineralização única. Ao mesmo tempo, é rico em vitaminas, como a provitamina A, às do Complexo B, em que nem faltam a tão badalada Vitamina B12, que os críticos omnívoros tentam denegrir o regímen vegetariano.
Face ao exposto, o mel é benéfico para numerosas enfermidades, praticamente para todo o organismo, desde o respiratório até ao digestivo e endócrino, e como diurético, para o renal e automaticamente para todo o corpo.
Grande tonificador, é útil ao coração e aos músculos, aliás aquele também é um músculo; é calmante, como descongestiona o fígado.
A propósito do poder anti-séptico do mel, vamos transcrever um artigo publicado em diversos jornais e revistas portugueses, por nós traduzido do Nuevo Diário, de 15 de Setembro de 1973, de Madrid.
O Mel, essa doce Medicina
Todas as técnicas mais modernas anti-sépticas foram já usadas com a finalidade de curar uma úlcera profunda resultante de uma operação de cancro no seio, mas a ferida se negava a sarar. Por fim, o cirurgião encarregado do caso decidiu colocar em jogo a sua reputação e recorreu a uma técnica heterodoxa.
Decidiu cobrir a ferida diariamente com uma densa camada de mel biológico e fresco.
A partir desse momento informa o cirurgião londrino Michael Bulman, a ferida limpou-se rapidamente e o processo de cura acelerou-se com maior rapidez do que anteriormente.


Num trabalho aparecido no último número da revista ALMA, da Associação Médica Americana, é focado um caso de uma dona de casa que sofreu uma ferida profunda num acidente de cozinha para a qual parecia necessária uma dezena de pontos, pelo menos.
Só que a senhora não pode ir ao hospital, o seu marido não conseguiu colocar o carro em condições de marchar e resolveu cobrir a ferida com uma boa camada de mel, como tinha ouvido a sua avó, para no dia seguinte ir então ao Hospital para levar os pontos.
Contudo, ao destapar a ferida, verificou que estava a cicatrizar, a carne estava a unir-se de novo.
Ao longo desse extenso artigo temos diversos dados de valor desde a comprovação científica na capacidade do mel para destruir alguns germes que produzem as febres tifóides, como contribui para um bom desenvolvimento das crianças; comprovado ainda o valor para a longevidade de alguns povos como os da Geórgia e nas montanhas do norte do México, alimentação à base de frutas, mel e iogurte.
PÓLEN
Se o mel é um alimento medicamento algo milagroso… o pólen esse ainda é mais potente.
Rico em aminoácidos, especialmente glutâmico, arginina, leucina e valina, torna-o como uma fonte de vida.
Quanto às vitaminas, existem desde a provitamina A até à Vitamina P, útil para evitar problemas de hemorragias cerebrais e outras.
Rico em antibióticos e em hormonas fazem do pólen um alimento medicamento de valor ímpar.
Como este trabalho é sucinto e diversificado, seguimos para o própolis.
PRÓPOLIS
Outro produto de alto valor medicinal produzido pelas abelhas.
Trata-se de uma resina extraída de algumas flores e que estas obreiras usam para diversos fins desde harmonizar a temperatura na colmeia até à calafetação da sua morada.
Tem um sabor algo amargo, mas que devemos usar como preventivo e curativo.
Contribui para a melhoria do sistema imunológico de cada qual.
Muito actual o seu valor.
PÃO DE ABELHAS
Estamos perante um produto mistura de pólen e mel que estas famosas obreiras  o trabalham de tal modo que encerra valiosos elementos para a saúde humana, como para a vida na colmeia.
Esta terminologia foi usada pela primeira vez pelo Dr. E. Lenormand dada a sua função vital para a criação das larvas.
GELEIA REAL
Por último, focamos este produto, o mais valioso de todos.
É o alimento da abelha rainha o que faz com que esta viva muito mais do que todos os outros membros da colmeia.
De cor amarelo claro tem de ser conservado no frigorífico, e usado em pequenas quantidades.
Trata-se de um produto de origem animal, pois é resultante da segregação das glândulas da faringe das abelhas operárias entre 5 a 14 dias de idade.
Também é conhecido por leite de abelha ou papa real.
Embora seja um produto em quantidade pequena, contudo encerra valor excepcional na prevenção e na cura de muitas enfermidades.
Contendo antibióticos é benéfico em diversas doenças incluindo actua sobre o bacilo de Koch, o tífico, como o estafilococo.
Trata-se de um produto que tem vindo a ser alvo de numerosas investigações, todas concluindo para o seu elevado valor medicinal, embora seja reconhecido que ainda se desconhecem algumas das suas propriedades medicinais.
Benéfico para o aparelho endócrino, é rejuvenescedor e ajuda à melhoria da capacidade mental.
É útil ainda para a prevenção e cura do cancro.

Este artístico trabalho, representando uma abelha no interior de um círculo, de cor amarela, está fixado no alto de um edifício bancário, no Graben, Viena, Áustria. Neste caso, ela simboliza a riqueza, como um exemplo de trabalho. Contudo, a maior riqueza é a saúde e nesse caso os produtos que as abelhas fabricam, uns de origem vegetal, outros animal, estão na lista dos mais valiosos que a Sábia Natureza nos oferece, por intermédio da Omnisciência Divina.










DNA DAS ABELHAS

ABELHAS APERFEIÇOARAM MECANISMO PARA CRIAR FÊMEAS, REVELA ANÁLISE DE DNA

ARTIGO POR COLUNISTA PORTAL - EDUCAÇÃO  
TAMANHO DO TEXTO: AA
As abelhas domésticas (Apis mellifera) usam dois genes, um dos quais surgiu há pouco tempo em termos evolutivos e age sobre o outro 
Se você achava complicado decorar que, entre os seres humanos, quem tem dois cromossomos X é mulher e quem tem um X e um Y é homem, é porque nunca viu o sistema de determinação sexual das abelhas. Uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo um brasileiro, parece finalmente ter matado essa charada. As abelhas domésticas (Apis mellifera) usam dois genes, um dos quais surgiu há pouco tempo em termos evolutivos e age sobre o outro, para criar as "meninas" ou "meninos" da espécie. 

A descoberta está na edição da revista científica "Nature", num artigo coordenado por Martin Hasselmann, da Universidade Henrich Heine em Dusseldorf (Alemanha). Também participaram do trabalho cientistas dinamarqueses e o biólogo Carlos Gustavo Nunes-Silva, que fez seu doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e na Alemanha e hoje é professor do Centro Universitário Nilton Lins, em Manaus. 

Costuma-se dizer que as fêmeas de abelha têm duas cópias de seu material genético, enquanto os machos têm só uma. Isso ocorre porque os zangões desenvolvem-se a partir de ovos não-fecundados, sem contribuição de um pai. Mas é uma meia-verdade, explica Nunes Silva. "Existem machos diplóides (ou seja, com duas cópias de material genético), mas eles nascem com dificuldades, não são capazes de se reproduzir e acabam sendo mortos pelas próprias abelhas operárias", contou o pesquisador ao G1. 

O normal, portanto, é que os zangões sejam haplóides (com uma só cópia de DNA). Recentemente, os pesquisadores descobriram um gene conhecido como csd é o responsável pelas diferenças entre os sexos nas abelhas diplóides. Existem pelo menos 15 formas variantes do csd na população. Basta que a abelha herde uma versão da mãe e uma outra versão diferente do pai para ser fêmea. Por outro lado, se tiver o azar de herdar versões iguais do pai e da mãe, vira macho diplóide - e morre sem ter filhos. 

Mais complicado - O que o pesquisador brasileiro e seus colegas descobriram, no entanto, é que a situação é ainda mais complicada. Na verdade, o csd funciona como uma espécie de gatilho, ou interruptor, que ativa outro gene, que eles batizaram de fem (de "feminizador"). 

Eles fizeram experimentos precisos de biologia molecular para elucidar a interação entre um gene e outro. Uma técnica conhecida como interferência de RNA, aplicada de forma específica sobre o csd, impediu que o gene servisse como "receita" para fabricar proteínas que realmente tivessem uma função no organismo. Sem a influência da proteína codificada pelo csd, é como se as instruções fornecidas pelo fem voltassem à "forma-padrão" de macho. Na prática, o gene passa a ser "lido" como se tivesse uma mensagem de "parada de produção" - e os indivíduos se tornam machos. 

Os pesquisadores também examinaram a ocorrência desses genes em vários parentes, próximos e distantes, das abelhas domésticas, além de estudar a seqüência de "letras" de DNA que compõem o csd e o fem. A surpresa é que eles são tão parecidos em sua seqüência que provavelmente, há milhões de anos, eram o mesmo gene, que teria sido duplicado e seguido trajetórias diferentes mais tarde. E o fem provavelmente é o gene original, porque também aparece na jupará (Melipona compressipes), uma abelhinha brasileira sem ferrão cuja linhagem se separou do subgrupo da abelha doméstica há um bocado de tempo. 

Seleção natural - A análise genética também revelou que o novo arranjo de interação entre os genes foi favorecido pela seleção natural, provavelmente pela necessidade de manter a variabilidade que impede o nascimento de machos diplóides. "Essa parece ter sido a solução que a natureza encontrou", afirma Nunes-Silva. 

O pesquisador está estudando como o fenômeno se dá entre as abelhas nativas do Brasil. Há sinais de mais de 30 versões diferentes do precursor do fem e do csd entre elas, conta Nunes-Silva. O desmatamento na Amazônia, no entanto, pode fragilizar a resistência genética dos insetos. É que as populações de abelhas nativas podem ficar isoladas em fragmentos de mata, ilhados em meio a áreas desmatadas. Com isso, existem menos variantes do gene disponíveis para cruzamento, o que leva a uma maior proporção de machos estéreis - uma ameaça à sobrevivência dessas populações. 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

EPIGENÉTICA E MORTE DE ENXAMES




Mudanças no DNA podem afetar comportamento de abelhas

Pesquisadores mostram que a alteração de alguns genes pode levar insetos a trocar de função dentro da colmeia

abelhas
As abelhas operárias podem trabalhar dentro da colmeia ou fora,
recolhendo pólen. O estudo mostrou que as tarefas desempenhadas
são decididas pela metilação do DNA (Thinkstock)
Cientistas , descobriram a primeira evidência de que o comportamento das abelhas — e possivelmente de outros animais — pode ser alterado por mudanças epigenéticas em seus genes. A pesquisa, publicada neste domingo no site da revista Nature Neuroscience, mostrou que essas mudanças podem alterar a função desempenhada pela abelha na colmeia — e podem ser revertidas a fim de trazer o comportamento original de volta.

Saiba mais

EPIGENÉTICA
É o nome que se dá para as mudanças que acontecem nos genes sem, no entanto, alterar o código genético de um indivíduo. É diferente de uma mutação. Em uma mutação, o código genético é alterado. Já a mudança epigenética só altera a forma como um gene funciona. Essa mudança pode ser causada por fatores ambientais, como poluição ou mesmo pela prática de exercícios, e pode ser passada para as gerações seguintes.
CÉLULAS-TRONCO
Também chamadas de células-mãe, podem se transformar em qualquer um dos tipos de células do corpo humano e dar origens a outros tecidos, como ossos, nervos, músculos e sangue. Por essa versatilidade, elas vêm sendo testadas na regeneração de tecidos e órgãos de pessoas doentes.
Os cientistas procuraram no DNA das abelhas alterações químicas conhecidas como metilações, que podem ser introduzidas e retiradas sem alterar a sequência genética original. A metilação de trechos do DNA já havia se mostrado importante na regulação da atividade genética. Pesquisas anteriores haviam mostrado que ela pode agir, por exemplo, na determinação de qual o destino de uma célula-tronco e no surgimento de células tumorais.
Neste estudo, a intenção dos pesquisadores foi descobrir se a metilação, ao alterar a forma como os genes se expressam, poderia afetar o comportamento de um animal. Para isso, eles analisaram o DNA do cérebro de abelhas operárias de duas "profissões" diferentes.
Todas as abelhas operárias são fêmeas e, dentro da mesma colmeia, todas são geneticamente idênticas. Mesmo assim, elas podem realizar trabalhos diferentes. As abelhas nutrizes, por exemplo, permanecem na colmeia para cuidar da rainha e das larvas. Quando ficam mais velhas, elas podem se tornar abelhas campeiras, que saem em busca de pólen e outros suprimentos para a comunidade.
"Os genes não são capazes de explicar as diferenças entre os dois tipos de comportamento", diz Andy Feinberg, professor de medicina molecular e diretor do Centro de Epigenética do Instituto de Ciências Biomédicas Básicas da Universidade Johns Hopkins. "Mas a epigenética – e seu controle sobre os genes – pode."
Teste vocacional — Os pesquisadores realizaram a experiência em uma colmeia nova, habitada por abelhas da mesma idade. Desse modo, eles evitaram a possibilidade de as diferenças entre os insetos ocorrerem por conta da idade. "Quando abelhas de mesma idade entram em uma nova colmeia, elas dividem suas tarefas de modo a manter uma proporção correta de nutrizes e campeiras", diz Gro Amdam, especialista em abelhas da Universidade Estadual do Arizona e um dos autores do estudo.
Ao analisar os padrões de metilação do DNA no cérebro de 21 abelhas nutrizes e 21 campeiras, os pesquisadores encontraram 155 regiões que haviam sofrido alteração. Os genes alterados eram em sua maioria regulatórios, conhecidos por afetar o funcionamento de outros genes.
Em seguida, os cientistas quiseram descobrir se essas mudanças epigenéticas eram permanentes. Para isso, retiraram todas as abelhas nutrizes da colmeia. "Quando há poucas abelhas nutrizes, as campeiras podem tomar seu lugar, voltando à sua profissão anterior", diz Gro Amdam.
Depois de algumas semanas, os pesquisadores voltaram a procurar diferenças nos padrões de metilação de seu DNA. Dessa vez, encontraram 107 regiões diferentes entre as campeiras e as que haviam se tornado nutrizes, sugerindo que as marcações epigenéticas não eram permanentes, mas podiam ser revertidas no dia a dia da colmeia.
Dessas 107 regiões, 57 já haviam sido identificadas entre as 155 que se alteram quando as nutrizes amadurecem para campeiras. Segundo os pesquisadores, essas 57 regiões parecem decisivas para diferenciar o comportamento das campeiras e nutrizes. Os cientistas dizem que o resultado pode ajudar a compreender questões comportamentais complexas em seres humanos, como o aprendizado, memória, respostas ao estresse e desordens de comportamento, que também envolvem interações entre componentes genéticos e a epigenéticos.








 AGROTÓXICOS NEONICOTINÓIDES           RELACIONADO A MORTE DE ENXAMES










Um conjunto de fatos ainda não dimensionados, mas que deve incluir de ácaros a vírus, e pesticidas agrícolas, está diminuindo a sonoridade do vôo de abelhas e outros polinizadores, produzindo um efeito que os pesquisadores estão chamando de distúrbio do colapso de abelhas
por Diana Cox-Foster e Dennis VanEngelsdorp----------------Dave Hackenberg ganha a vida transportando abelhas européias: ele coloca as colméias no caminhão e segue de campo em campo, polinizando culturas tão diversas quanto melões na Flórida, maçãs na Pensilvânia, mirtilos no Maine e amêndoas na Califórnia, movimentando-se ao longo da Costa Leste e, com freqüência, de costa a costa.

Repetindo a rotina dos últimos 42 anos, no outono de 2006, ele migrou com a família e as abelhas da casa de verão, no centro da Pensilvânia, para o abrigo de inverno na Flórida central. Os insetos haviam acabado de cumprir a obrigação, polinizando floradas de abóbora na Pensilvânia e agora pegariam o último fluxo de néctar dos picões pretos na Flórida. Segundo Hackenberg, quando ele verificou os polinizadores, a colméia “fervia” de insetos. Porém, ao retornar um mês depois, fi cou horrorizado. A maioria das colônias restantes sofreu perdas de inúmeras operárias. Restaram apenas as operárias jovens e a rainha, que pareciam saudáveis; mais da metade das 3 mil colméias estava completamente vazia, embora não houvesse abelhas mortas à vista. “Era como uma cidade fantasma”, contou Hackenberg quando nos telefonou buscando uma explicação para o desaparecimento misterioso.

Imediatamente, nós e outros pesquisadores organizamos uma equipe de trabalho interdisciplinar que, em dezembro de 2006, descobriu o fenômeno e mais tarde denominou-o distúrbio do colapso das colônias, ou CCD em inglês. Curiosamente, as colônias de Hackenberg pararam de morrer na primavera seguinte, mas na época apenas 800 dentre as originais 3 mil colônias sobreviveram. Conforme Hackenberg trocava informações com outros colegas de todo o país, ficou evidente que não estava sozinho. Uma pesquisa conduzida por nossa equipe, na primavera de 2007, revelou que um quarto dos apicultores americanos sofrera perdas semelhantes, e mais de 30% de todas as colônias foram perdidas. No inverno seguinte a mortandade recomeçou e se expandiu, chegando a 36% dos apicultores americanos. Relatos de grandes perdas também surgiram da Austrália, Brasil, Canadá, China, Europa e outras regiões. Não há dados recentes ainda, mas alguns apicultores relatam que houve colapso de colônias neste inverno também.

Essa perda de abelhas foi o sinal de alerta, pois um terço da produção agrícola mundial depende da abelha européia, a Apis mellifera – espécie adotada universalmente pelos apicultores de países ocidentais. As enormes fazendas de monocultura demandam intensa atividade polinizadora por curtos períodos do ano, papel que outros polinizadores, como abelhas silvestres e morcegos, não conseguem desempenhar. Apenas a A. mellifera organiza exércitos de polinizadores praticamente em qualquer época do ano, onde quer que o tempo seja ameno e haja flores a visitar.Nosso grupo eliminou várias causas prováveis para o CCD e encontrou diversos fatores que poderiam contribuir; mas nenhum responsável único foi identificado. As abelhas com CCD tendem a ser infestadas por patógenos múltiplos, incluindo um vírus recém-descoberto, mas essas infecções parecem secundárias ou oportunistas – da mesma forma que a pneumonia mata um paciente aidético. O quadro que surge agora apresenta uma condição complexa, que pode ser desencadeada por diversas combinações de fatores. O combate ao CCD pode não ser fácil; talvez seja preciso um maior cuidado com o meio ambiente e mudanças a longo prazo nas práticas agrícolas e apicultoras.

Mesmo antes do distúrbio do colapso das colônias, as abelhas sofreram vários males que reduziram sua população. A quantidade de colônias de melíferas em 2006 era menor que a metade existente em 1949. No entanto, os apicultores não se lembram de ter visto perdas tão sérias quanto as ocorridas nos invernos de 2007 e 2008. Embora provavelmente o CCD não provoque a extinção das abelhas, poderá levar muitos apicultores a desistir de seus negócios. Se devido a isso, a técnica e o conhecimento dos apicultores diminuir muito, mesmo quando o CCD for finalmente superado, cerca de 100 culturas podem ficar sem polinizadores – e a produção em larga escala de certas culturas poderá se tornar inviável. Ainda teríamos milho, trigo, batatas e arroz, mas muitas frutas e legumes que consumimos rotineiramente – como maçãs, mirtilos, brócolis e amêndoas – poderão se tornar alimentos de privilegiados.

Florescimento Silencioso
Quando Hackenberg inicialmente nos contou sobre as abelhas desaparecidas, nosso primeiro pensamento se voltou para os ácaros varroa. Esses parasitas agressivos são responsáveis pela queda de 45% do número de colônias de abelhas cultivadas entre 1987 (quando foram introduzidos nos Estados Unidos) e 2006. As fêmeas adultas de varroa se alimentam da hemolinfa, o sangue das abelhas. Os ácaros também são portadores de viroses e inibem a resposta imunológica dos hospedeiros. Hackenberg, como tantos apicultores especializados, já tinha vasta experiência no combate aos ácaros e tinha certeza de que os sintomas dessa vez eram diferentes.

Um de nós (vanEngelsdorp) fez autópsia nos insetos remanescentes de Hackenberg e encontrou sintomas nunca observados anteriormente, como o tecido cicatricial em órgãos internos. Os testes iniciais também detectaram alguns dos costumeiros suspeitos de doença nas abelhas. No conteúdo estomacal foram encontrados esporos de nosema, parasitas fúngicos unicelulares, que provocam disenteria nas abelhas. No entanto, a contagem de esporos nessas e outras amostras posteriores de melíferas não foram tão altas para explicar as perdas. A análise molecular das abelhas de Hackenberg, feita por outro membro do grupo (Cox-Foster) também demonstrou níveis surpreendentes de infecções virais de vários tipos conhecidos. Mas não se encontrou nenhum patógeno nos insetos que pudesse explicar a escala do desaparecimento.Ou seja, as abelhas estavam doentes, mas cada colônia parecia sofrer de uma combinação diferente de enfermidades. Lançamos a hipótese de que algo comprometera o sistema imunológico dos insetos, deixando-os suscetíveis a vários tipos de infecções que as colônias saudáveis normalmente combatiam. E Hackenberg estava certo: os primeiros suspeitos, os ácaros varroa não estavam presentes em número significativo para explicar a mortandade repentina.

Na primavera de 2007 nosso grupo começou a fazer detalhadas pesquisas em todo o país sobre todos os aspectos de manejo de colônias, entrevistando técnicos que encontraram o CCD, além de outros que não detectaram o fenômeno. Essas e outras investigações descartaram várias outras causas prováveis; não se podia culpar nenhuma técnica de manejo de apicultura. Grandes apicultores comerciais foram tão atingidos – sofrendo grandes perdas –, quanto os de pequeno porte ou os criadores por hobby. Os sintomas afetaram tanto apicultores fixos quanto os migratórios; até mesmo alguns apicultores orgânicos acabaram atingidos.

Quando as reportagens na mídia começaram a narrar a mortandade, outras pessoas, não ligadas à apicultura, também manifestaram preocupação. Muitas delas ficaram ansiosas em compartilhar suas hipóteses quanto ao motivo do CCD. Algumas dessas propostas – como culpar a radiação de telefones celulares – se originaram de estudos sem uma estrutura séria. Outras hipóteses não foram sequer consideradas para testes, como alegações de que as abelhas teriam sido abduzidas por alienígenas.

Uma teoria aceita por muitas pessoas foi de que as abelhas podem ter sido envenenadas por pólen de culturas modificadas geneticamente, especificamente as chamadas culturas Bt, que contêm um gene da toxina de inseticida produzida pela bactéria Bacillus thuringiensis. Quando as lagartas nocivas se alimentam de culturas produtoras dessas toxinas, elas morrem. Mas já antes da infestação de CCD, as pesquisas demonstraram que a toxina Bt só se torna ativa no intestino de lagartas, pernilongos e de alguns besouros. O trato digestivo de abelhas melíferas e de muitos outros insetos não deixa a Bt agir.
Uma outra teoria popular, muito mais aceitável, culpa os venenos sintéticos. Os dois suspeitos principais são os acaricídeos – substâncias que os apicultores usam para manter os ácaros sob controle – e os pesticidas, tanto do meio ambiente quanto dos campos de cultura polinizados pelas abelhas. Até 2006, novos tipos de pesticidas substituíram as variedades tradicionais. Um tipo em especial, os neonicotinói des, foram responsabilizados por apicultores franceses e de outros locais, por prejudicar os insetos polinizadores. Essa classe de inseticidas imita os efeitos da nicotina, uma defesa natural que as plantas do tabaco lançam contra as pestes devoradoras de folhas, sendo mais tóxica a insetos que a vertebrados. Mas os neonicotinóides também entram no pólen e no néctar das plantas, não apenas nas folhas, e assim potencialmente podem afetar os polinizadores. As pesquisas iniciais indicam que os neonicotinóides diminuem a capacidade de as abelhas melíferas lembrarem como voltar à colméia, sinal de que podem contribuir para o CCD.

Nós e outros especialistas também suspeitamos que a defesa natural das abelhas pode estar enfraquecida por má nutrição. As abelhas, assim como os polinizadores selvagens, não têm mais o mesmo número ou variedade de flores disponíveis porque nós, humanos, tentamos “arrumar” nosso ambiente. Por exemplo, plantamos uma grande extensão de culturas sem deixar áreas com fl ores, mato ou cerca viva. Mantemos enormes gramados sem ervas como o trevo ou o dente-de leão. Mesmo as beiras de estradas e parques refletem o nosso desejo de manter as coisas arrumadas, sem mato. Mas para as abelhas e outros polinizadores, os gramados extensos são como desertos. A alimentação das abelhas que polinizam grandes áreas de uma cultura pode carecer de nutrientes importantes, comparados aos polinizadores que se alimentam de fontes variadas, como seria típico em um ambiente natural. Os apicultores vêm tentando administrar essa preocupação desenvolvendo suplementos de proteínas para a alimentação das colônias – embora os suplementos em si não tenham evitado o CCD.

Esforço Conjunto
Nossa força-tarefa centrou a investigação nessas duas vastas áreas – pesticidas e nutrição – além de outras possibilidades óbvias, de um patógeno novo ou recém-modificado ter provocado o CCD. Os testes sobre as três hipóteses dependiam da coleta de amostras – muitas amostras. Nós nos juntamos a Jeff Pettis, do laboratório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em Beltsville, Maryland, para conduzir essa tarefa que envolvia longos dias, muitos quilômetros na estrada e o desafio de coletar material suficiente para distribuir para toda a equipe. Sem abelhas mortas para estudar, decidimos coletar abelhas vivas de apiários que sofreram a infestação, baseados na premissa de que as sobreviventes poderiam portar a doença em estágio inicial. As abelhas foram coletadas em álcool para contagem de varroa e nosema. Os insetos, o pólen e a cera da colméia foram colocados em gelo seco e rapidamente enviados para os laboratórios na Pensilvânia e Maryland, sendo mantidos em refrigeradores e preservados para as análises químicas e moleculares.

Algumas amostras foram enviadas ao nosso colega David Tarpy, da North Carolina State University, que mediu o conteúdo protéico. Tarpy não encontrou diferença significativa entre os apiários que tinham CCD e outros aparentemente saudáveis. Seus resultados sugerem que o estado nutricional, em si, não explicava o CCD.
Muito mais surpreendente foi o resultado da pesquisa de nossa equipe sobre os pesticidas, para os quais convocamos a ajuda dos pesquisadores da Pennsylvania State University, Maryann Frazier, Jim Frazier e Chris Mullin e de Roger Simonds, químico do laboratório do USDA em Gastonia, Carolina do Norte. (Por coincidência, Simonds é apicultor.) Sua análise de amplo espectro, sensível a inseticidas, herbicidas e fungicidas, revelou mais de 170 substâncias diferentes. A maior parte das amostras armazenadas de pólen continha cinco ou mais tipos diferentes de compostos e algumas chegavam a ter 35. Embora tanto o nível quanto a diversidade de substâncias encontradas seja preocupante, nenhuma indicava estar por trás do CCD; às vezes, colônias saudáveis tinham níveis mais altos de algumas substâncias que as colônias afetadas.

Não foram detectados neonicotinóides nas amostras originais, mas esses e outros pesticidas ainda não podem ser descartados. As colméias são dinâmicas e a nossa amostragem inicial não foi. É possível, se não provável, que as abelhas atingidas pelo CCD tinham sido prejudicadas por substâncias químicas ou por uma mescla de substâncias que não ficaram evidentes à época da coleta de amostras.

Nossas tentativas de identificar uma nova doença infecciosa – ou nova linhagem de uma antiga –, que poderia estar na raiz do CCD, inicialmente pareciam não levar a lugar nenhum. Nenhuma das doenças de abelhas conhecidas, bacterianas, fúngicas ou virais, poderia ser responsabilizada pelas perdas provocadas pelo CCD; assim, não tínhamos idéia do que deveríamos buscar.

Então, Cox-Foster, junto com o grupo de Ian Lipkin, da Columbia University (com a ajuda da empresa de biotecnologia 454 Life Sciences, em Branford, Connecticut), recorreu a um método sofisticado de detecção de microorganismos denominado metagenômica. Por essa técnica, os ácidos nucléicos (DNA e RNA) são coletados de um ambiente com vários organismos diferentes. O material genético é misturado e, em seguida, separado em partes pequenas o bastante para que as suas seqüências de código “de letras” possam ser decifradas. No seqüenciamento de genes convencional os pesquisadores usariam um software para reunir as partes novamente e reconstituir o genoma original do organismo. Mas na metagenômica os genes pertencem a organismos diferentes, assim o seqüenciamento produz um instantâneo de seqüências de vários organismos, até mesmo microscópicos, dentro de um ecossistema. A metagenômica vem sendo usada na pesquisa de ambientes como a água do mar e o solo, revelando uma surpreendente diversidade de microorganismos. Mas também pode ser aplicada para detectar microorganismos abrigados por organismos maiores, vivendo em colaboração (em simbiose), ou como infecção.
Naturalmente, a maioria das seqüências genéticas das nossas amostras é das próprias abelhas. Mas essas foram facilmente filtradas porque, felizmente, o genoma da abelha melífera acabou de ser seqüenciado. As seqüências que não se referiam às abelhas foram comparadas a seqüências genéticas pertencentes a outros organismos conhecidos. Pesquisadores especializados em análise molecular de organismos – incluindo de bactérias, fungos, parasitas e vírus – se juntaram à nossa equipe para identificar possíveis responsáveis.

O estilo de investigação usado, de pesquisa forense, expandiu muito o nosso conhecimento geral sobre as abelhas. Inicialmente, mostrou que todas as amostras (CCD e saudáveis) tinham oito bactérias diferentes que haviam sido descritas em dois estudos anteriores de outras partes do mundo. Essas descobertas sugerem que as bactérias podem ser simbiontes, talvez desempenhando um papel essencial na biologia da abelha no auxílio à digestão, por exemplo. Também encontramos duas espécies de nosemas, dois outros fungos e vários vírus de abelha.

Mas um vírus destacou-se, pois nunca fora identificado antes nos Estados Unidos: o vírus de paralisia aguda israelense, ou IAPV, descrito pela primeira vez em 2004 por Ilan Sela, da Universidade Hebraica de Jerusalém, durante um estudo para descobrir porque as abelhas morriam com convulsões paralisantes. Na nossa amostragem inicial, o IAPV foi detectado em quase todas – embora não em todas – as colônias com sintomas de CCD e apenas em uma delas, que não sofria de CCD. Mas essa forte correlação não é prova de que o IAPV provocou a doença. Por exemplo, o CCD pode ter deixado as abelhas excepcionalmente vulneráveis à infecção de IAPV.

Caso Encerrado?
Sabemos que existem pelo menos três linhagens diferentes do IAPV, e que duas infectaram as abelhas nos Estados Unidos. Uma das linhagens, provavelmente, veio da Austrália em 2005, depois que o governo no americano revogou a proibição de importação de melíferas, existente desde 1922. (A indústria de amêndoas fez lobby para a suspensão do banimento, a fim de evitar a séria falta de polinizadores na época da florada.) A outra linhagem provavelmente apareceu antes e é bem diferente. Sua origem é desconhecida, mas pode ter sido introduzida pela importação de geléia real (nutriente secretado pelas abelhas para alimentar as larvas) ou um suplemento de pólen, ou ainda pode ter entrado indiretamente no país em pesticidas para abelhas recém introduzidos no país. Os dados também sugerem que o IAPV existe em abelhas de outras partes do mundo, desenvolvendo-se em várias linhagens diferentes e, possivelmente, em constante mutação.
Em um esforço para resolver a questão do papel do IAPV, Cox-Foster fez experiências com abelhas saudáveis que foram previamente expostas ao vírus. Sua equipe colocou colméias repletas de abelhas em estufas e alimentou os insetos com água adocicada contendo IAPV. Com certeza, a infecção pareceu demonstrar alguns sintomas de CCD. Depois de uma ou duas semanas de exposição, as abelhas começaram a morrer. As abelhas não morriam perto das colméias, como se esperaria no caso de CCD. Assim, essas descobertas parecem apoiar a hipótese de que o IAPV pode provocar o CCD, ou pelo menos contribuir para o problema.

O empenho dos vários grupos para obter amostragens adicionais demonstrou, no entanto, que o IAPV já se espalhara muito nos Estados Unidos, e que nem todas as colônias infestadas tinham sintomas de CCD, implicando que nem o IAPV sozinho pode provocar a doença ou que algumas abelhas são resistentes ao IAPV. Em especial, um estudo iniciado em 2007 com o USDA, encontrou colônias de três apicultores migratórios e observou colônias infectadas com o IAPV sem o distúrbio.

O consenso crescente entre os pesquisadores é que fatores múltiplos – como a má nutrição e a exposição a pesticidas – podem interagir, enfraquecendo as colônias e deixando-as mais suscetíveis a um colapso provocado por vírus. No caso de nossas experiências nas estufas, o estresse de estarem confinadas em espaços relativamente pequenos pode ter sido suficiente para as colônias sucumbirem ao IAPV e morrerem com sintomas semelhantes ao CCD. Resultados mais recentes de monitoramento a longo prazo, identificaram outros fatores inesperados para a grande perda de colônias, incluindo o fungicida clorotalonil. Agora a pesquisa se centrada em como esses fatores se relacionam com o colapso de colônias.

Seria um alívio haver uma vacina ou tratamento para os vírus das abelhas, e do IAPV em particular. Infelizmente, as vacinas não funcionam nas abelhas, porque o sistema imunológico dos invertebrados não gera o tipo de proteção contra agentes específicos que as vacinas induzem em humanos e outros mamíferos. Os pesquisadores também estão começando a buscar outras abordagens, como a baseada na nova técnica de interferência no RNA, que impede o vírus de se reproduzir no interior de células da abelha. Uma solução a longo prazo seria identificar e criar abelhas resistentes ao vírus. Porém, essa tarefa pode levar anos, talvez tempo demais para evitar a saída de muitos apicultores dessa atividade.

Enquanto isso, muitos apicultores tiveram sucesso parcial em evitar a perda de colônias, redobrando o esforço na melhora da alimentação, mantendo as infecções e parasitas como a varroa e a nosema sob controle, e praticando a boa higiene. Em especial, a pesquisa demonstrou que a esterilização com raios gama, antes da reutilização de estruturas antigas para colméias, reduz o risco de colapso de colônias.

O homem precisa agir rapidamente para garantir que o antigo pacto entre flores e polinizadores permaneça intacto, salvaguardando nosso suprimento de alimento e protegendo o meio ambiente para as gerações futuras. Esse empenho permitirá que as abelhas continuem a polinizar e que a nossa alimentação continue rica em frutas e legumes – que agora parecem ser fáceis de obter.
CONCEITOS-CHAVE
- Milhões de colméias no mundo ficaram vazias com o desaparecimento misterioso das abelhas, colocando em risco cerca de 100 culturas que demandam polinização.

- As pesquisas apontam para uma doença complexa, na qual vários fatores, incluindo práticas agrícolas, deixam as abelhas vulneráveis a vários vírus.

- Parece que o cuidado com a higiene das colméias ajuda a prevenção; e a pesquisa com drogas antivirais também pode levar a possíveis soluções.[A EXTENSÃO DA PERDA DE COLÔNIAS] - O IMPACTO NOS ESTADOS UNIDOS---------------O distúrbio de colapso das colônias (CCD) voltou pelo segundo ano no inverno de 2007- 2008. Na primavera de 2008 foi feita uma pesquisa com os apicultores sobre o número de colônias que não sobreviveram àquele inverno. No país todo, 37% das colônias foram perdidas (comparado com a queda típica do inverno, de 15% a 25%); 60% das perdas foram atribuídas ao CCD. A maioria dos estados, onde havia informações disponíveis, foi atingida seriamente. Grandes perdas também foram registradas na Austrália, Brasil, Canadá, China e Europa.
CURIOSIDADES
- Estima-se que haja de 900 a mil apicultores comerciais nos Estados Unidos, com o manejo de 2,4 milhões de colônias.

- Mais de 100 tipos de culturas requerem a polinização de abelhas. O valor anual do trabalho das melíferas é de US$ 14 bilhões nos Estados Unidos e de US$ 215 bilhões no mundo todo.

- Em fevereiro passado, praticamente todas as colméias migratórias dos Estados Unidos foram levadas à Califórnia para polinizar as amendoeiras.

- Mesmo antes do CCD, as abelhas desapareceram totalmente em certas regiões da China, talvez devido ao uso de pesticidas, forçando os donos de pomares a polinizar as árvores manualmente.
Polinizadores silvestres também adoecem-------------As abelhas não são os únicos polinizadores a sofrer queda de população nos últimos anos. O Conselho Nacional de Pesquisa (NCR) dos Estados Unidos registrou que em 2006 houve tendência ao declínio de certas espécies de polinizadores silvestres no país, incluindo alguns insetos, mas também de morcegos e beija-flores. Essas espécies podem estar sendo atingidas por alguns dos desequilíbrios produzidos pelo homem, que tornam as abelhas vulneráveis ao CCD, como a introdução de novas doenças, o envenenamento por pesticidas e o empobrecimento de habitats, segundo o estudo da destacada autora, a entomologista May Berenbaum da University of Illinois.

Por exemplo, o Bombus occidentalis, uma mamangaba, desapareceu de uma região que vai da Califórnia à Colúmbia Britânica, provavelmente dizimada pela Nosema bombi, um microorganismo fúngico unicelular, segundo o trabalho de Robbin Thorp, entomologista da Davis, University of California. Ele avalia que o fungo pode ter se espalhado devido às mamangabas européias, que os agricultores americanos importaram para auxiliar na polinização de tomates e outras culturas em estufas.

Um estudo mais recente, publicado na Biological Conservation de janeiro, analisou dados históricos de Illinois e descobriu que quatro espécies locais de mamangabas desapareceram entre 1940 e 1960 – período que coincidiu com a intensificação da agricultura de larga escala no estado, com a conseqüente perda de habitats de pradarias, florestas e brejos.

A diminuição das poucas espécies de morcegos e beija-flores polinizadores – a ponto de os morcegos estarem em risco de extinção – pode estar relacionada a mudanças no habitat. Muitas migram para o México no inverno e os biólogos pressionam para conseguir a preservação de “corredores de néctar” – pastos apícolas –, onde os animais podem encontrar fl ores ao longo de suas rotas de migração.

Porém, de acordo com o NCR, os biólogos conseguem monitorar apenas algumas espécies (estimam-se 200 mil no mundo), e não se sabe muito sobre o estado de saúde da maioria. Várias colaborações são feitas pela internet, com a ajuda de cientistas-cidadãos. Os voluntários fotografam os polinizadores e os colocaram na rede, possibilitando aos pesquisadores identificar as espécies e registrar a sua localização.

Em 2008, pela primeira vez, o Congresso americano modificou a política agrícola, incluindo medidas protetoras para a polinização e reservando áreas de conservação, onde as flores silvestres podem crescer e fornecer néctar. Segundo Berenbaum, “foi realmente um marco”.
—Davide Castelvecchi, da equipe de redatores
[EM BUSCA DO MOTIVO] - Muitos suspeitos, nenhuma certeza------------------Pesquisadores investigaram praticamente todos os aspectos da vida das abelhas, na busca do responsável pelo colapso das colônias. O trabalho eliminou alguns suspeitos e apontou possíveis combinações de fatores que podem provocar ou contribuir para o CCD.

SUSPEITO: AGENTES QUÍMICOS
Chegam a 170 as diferentes substâncias sintéticas encontradas em colméias de colônias doentes ou não, e algumas amostras de pólen guardadas em alvéolos continham até 35 tipos. Embora nenhuma substância única pareça provocar o CCD, pesticidas podem enfraquecer a saúde das abelhas.

SUSPEITO: ÁCAROS VARROA
Ácaro, visto ao lado sugando linfa de uma pupa (um estágio intermediário entre a larva e o adulto), é a peste mais comum e destrutiva das abelhas. Mas as colônias em colapso não tiveram infestações mais significativas de ácaros.

SUSPEITO: PARASITAS
Algumas abelhas de colônias em colapso estão infectadas por um fungo unicelular como o Nosema apis, que invade o trato intestinal e provoca disenteria. Mas o nível de infecção é baixo para ser letal.

SUSPEITO: VÍRUS DE PARALISIA AGUDA ISRAELENSE
O IAPV provoca sintomas semelhantes ao CCD e ocorreu na maioria das colônias infestadas examinadas. Poderia ser o motivo do distúrbio, ou uma complicação, que é a causa definitiva da morte das abelhas.
[UMA SOLUÇÃO POSSÍVEL] - UM MEDICAMENTO PARA ABELHAS?Uma nova empresa de biotecnologia, de Miami, chamada Beelogics, vem desenvolvendo um medicamento antiviral que explora um antigo mecanismo imunológico denominado interferência no RNA. As células da maioria dos animais e plantas usam segmentos de RNA de curta interferência (siRNA) para inibir a formação de proteínas virais; neste caso, o siRNA projetado para visar o IAPV seria fornecido como alimento às colônias, como parte da dupla fita de RNA
OUTRAS FORMAS DE COMBATE
A restauração do equilíbrio no habitat dos polinizadores pode melhorar seu bem-estar geral, ajudando a evitar o colapso da colônia. Grandes faixas de monocultura ou gramados residenciais podem ser substituídos por áreas de mato e cercas vivas. As plantas que florescem em épocas diferentes do ano fornecem maior variedade na alimentação dos polinizadores, sustentando-os o ano todo.

A esterilização de colméias usadas com raios gama destruidores de DNA, antes de sua utilização para uma nova colônia, reduz o risco de reincidência de CCD, talvez por matar os microorganismos da cera.

Em geral, a pesquisa sobre o impacto de pesticidas nos polinizadores se concentra nos possíveis efeitos letais. É preciso mais pesquisas para determinar se certos pesticidas são capazes de estressar os insetos, embora as substâncias químicas não os matem imediatamente.

PARA CONHECER MAIS
On censors of the genome. Nelson C. Lau e David P. Bartel, em Scientifi c American, vol. 289, no 2, págs. 34-41, setembro, 2003.

Status of pollinators in North America. National Research Council. National Academies Press, 2007.

Decline of Bumble bees (Bombus) in the North American midwest. Jennifer C. Grixti, Lisa T. Wong, Sydney A. Cameron e Colin Favret, em Biological Conservation, vol. 142, no 1, págs. 75- 84, janeiro de 2009.

The Mid-Atlantic Apiculture Research and Extension Consortium: http://maarec.cas.psu.edu

The Xerces Society for Invertebrate Conservation: www.xerces.org------------Diana Cox-Foster e Dennis VanEngelsdorp Diana Cox-Foster é professora de entomologia da Pennsylvania State University e co-diretora do grupo de trabalho sobre o distúrbio de colapso das colônias, composto de especialistas governamentais e acadêmicos. A pesquisa se concentra nas interações de patógenos hospedeiros. Cox atribui sua afinidade com as abelhas à sua bisavó, que foi apicultora comercial no Colorado, no início do século 20. A paixão de Dennis VanEngelsdorp pelas abelhas começou em um curso de graduação na University of Guelph, em Ontário, que o levou a vários projetos na região do Caribe e às funções acumuladas de apicultor na Pensilvânia e professor associado do departamento de entomologia da Pennsylvania State University.----------DAVE HACKENBERG foi o primeiro apicultor a alertar os entomologistas americanos sobre o desaparecimento súbito e inexplicável de operárias, indicador do que hoje é conhecido como o distúrbio do colapso das colônias, no outono de 2006. Até o fim do inverno, mais de 60% das suas três mil colônias estavam dizimadas; nos Estados Unidos a perda foi de 30%.----------------SEM AS ABELHAS muitos alimentos do café da manhã, à esquerda, seriam inacessíveis à maioria das pessoas, devido ao preço. A escassez afetaria principalmente várias frutas, além das geléias e conservas, amêndoas e até mesmo o leite, pois as vacas leiteiras, em regime de confinamento, exigem uma ração rica em proteína, que depende de polinizadores